sábado, 27 de setembro de 2014

Um ano de grandes desafios...


De facto este foi o ano mais dificil destes últimos tempos...

Quem diria que a partida de alguém deste mundo, que afinal descobrimos que era tão tão especial, nos pode afectar e levar a tomar decisões em que nunca pensamos...
Muita coisa mudou na minha vida... nas nossas vidas e muitas mudanças virão. Se temos mais coragem ou não, não o sei dizer, apenas que somos mais fortes. De alguma forma o somos!

Nunca pensei no meu dia a dia, no que fazia, no meu trabalho, tal como pensei este último ano, muita coisa dentro de mim mudou, o que era importante deixou de ser, o que tinha urgência deixou de ter, pequenas coisas tomaram proporções que nem imaginava o quão importantes eram e são... outras deixaram simplesmente de fazer sentido. Fui durante dias e dias uma grande bengala, sempre muito forte, mas também tive os meus dias em que não aguentei. Caí... levantei...chorei...ri...

Há dias que ando muito feliz outros triste, e as minhas memórias... vagueiam até aquele dia, até aquele momento, até aquele barulho que me fez levantar da secretária num segundo para de repente... há toda uma adrenalina que nos percorre nas veias, não pensamos, reagimos gritamos, choramos, ajudamos e não ajudamos, trememos... não sei explicar apenas o que sinto ainda dentro de mim... apenas um momento e depois tento guardar no meu coração as coisas boas. Então, é ai que a lágrima cae, que me recordo do primeiro dia de chuva deste dia de setembro, do rosto triste, do momento que vou levar a Inês à creche (já íamos atrasadas) não houve beijinho de despedida, nem um até logo, apenas um rosto triste disse apenas que estava um dia de chuva. Eu questiono-me será que já sabia de alguma coisa, será que pressentia algo, será que não sentia bem e não o disse...será...será...

A família continua a crescer, tenho um sentimento de tristeza por não estar presente para brincar com os netos.... os netos algo que a enchia de orgulho e que queria tanto... a Inês teinha apenas 17 meses, não sei se recorda ou não da avó, mas como criança acredito que a veja de vez em quando.

As mudanças são diárias, cada dia crechemos mais, sabemos o que queremos e o que não queremos, somos mais fortes, sinto que há mais união, mas ao mesmo tempo um insegurança grande por não haver um futuro certo e definido, mas eu digo sempre: "Acredita, nada é ao acaso... e a fé move montanhas".

Descobri grandes amigos, pessoas que não me conheciam de lado algum e estiveram ali naquele momento para aquela abraço, com aquela palavra... estão de facto no meu coração. Outros nem os vi... não os condeno, afinal quem sou eu para condenar alguém (o problema é esse mesmo. Pensamos demasiado nas atitudes dos outros em vez das nossas ou de aproveitar esses momentos para dar mais amor a quem está ao nosso lado) afinal, também houve momentos na vida de outros amigos em que eu não estive, não sabia o que fazer, o que dizer, o que ser. A vida encarreira-se de "arranjar" as coisas tal como devem ser, nada é ao acaso.


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